sábado, abril 25, 2009

UMA GAIVOTA QUE VOA HÁ 35 ANOS

Era esta a musica que eu cantarolava no pós 25 de Abril. Sem compreender o alcance da letra, gostava do tom e sem muito bem perceber o que isso queria dizer, era-me permitido cantar essa musica.

Do período, pré 25 de Abril de 1974, pouco me recordo, além da figura do regedor, aquele senhor a quem se faziam as queixinhas e que nos poderia retirar a bola se jogássemos no meio da rua. Do que foi viver em ditadura não me posso pronunciar. Do que foi viver os primeiros anos de democracia, da participação e do envolvimento das pessoas, já poderia dizer qualquer coisa.

Hoje todos falam de liberdade, mas poucos a entendem. Podemos dizer que continua muito mal tratada. Uns evocam-na apenas para justificar que tem o direito de fazer tudo o que lhes apetecer, quando lhes apetecer, mesmo que o que lhes apetece vá contra os mais elementares direitos de outros da sociedade onde vivem. Outros hoje como há 35 anos continuam confusos, só tem coragem para actuar na sombra. Naqueles tempos tinham um nome: bufos, hoje não têm nome.
Diz-se e com razão que só é possível dar o verdadeiro valor às coisas que se perdem. Aqueles que estão a ler este blog, e que se viram privados da liberdade a que nível fosse, e que conheceram as duas realidades em Valezim, que se pronunciem:

O que está melhor?
O que está Pior?
O que mudou?

É só para isso que este blog serve: partilha de experiências e opiniões.


Uma gaivota voava, voava,

asas de vento,

coração de mar.

Como ela, somos livres,

somos livres de voar.

Uma papoila crescia,

crescia,grito vermelho

num campo qualquer.

Como ela somos livres,

somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia

"quando for grandenão vou combater".

Como ela, somos livres,

somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,

parte à conquista

do pão e da paz.

Somos livres, somos livres,

não voltaremos atrás.

http://www.youtube.com/watch?v=9v15fr7Wfek

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