quinta-feira, setembro 04, 2008

DEITAR OS FOGUETES E APANHAR AS CANAS

O titulo poderá não fazer muito sentido, pois os foguetes já são vistos como coisa do passado. Mas regressemos ao passado para tentarmos perceber o presente e imaginar como será no futuro.
No passado fim-de-semana tivemos aí as Festas de Nossa Sra. da Saúde. Tudo bem, até correu bem!

Como digo frequentemente, os que ainda têm o previlégio de morar em Valezim, não deixam de ser "meia-duzia de gatos pingados", desculpem-me a expressão mas é a forma mais simpática de dizer "são poucos". Se a estes juntarmos aqueles que como eu vão a Valezim com alguma frequência, continuamos a ser "meia-duzia de gatos pingados", ou seja, todos juntos somos poucos. Menos ainda somos quando se trata de colaborar na organização de algum evento ou festa como é o caso. Não que tenha as pessoas da nossa terra como pouco colaboradoras, muito pelo contrário. Saiba-se dinamizar as pessoas e chama-las e quase todos darão a sua ajuda. Fique-se à espera, e nos trabalhos que antecedem e precedem a festa encontram-se sempre os mesmos. Há muito, muito tempo, havia o Pe. Zé, que era quem tinha a ultima palavra nas coisas que diziam respeito à Igreja. Depois havia uma Comissão da Igreja. O Sr. Pe. José Carvalheira, toda a gente sabia onde encontra-lo, e a Comissão da Igreja era constituida por um conjunto de elementos que toda a gente conhecia, e que possuiam um conjunto de competências definidas.
Em bom tempo também se separou a gestão da parte profana das festas com a nomeação de uma Comissão do Arraial.
Hoje, ninguém sabe de nada... há um pároco que as pessoas conhecem, porque costuma cá vir celebrar Missa. Temos uma Comissão Fabriqueira (nome chique) que no dia de hoje ninguém sabe quem são ou que responsabilidades/funções têm. Consequentemente temos um povo que sem liderança, no que diz respeito à igreja. Ora de quem não sabe o que esperam de si, nem com o que pode contar, pouco se pode exigir. Uma estrutura sem liderança não funciona.
É por isso que apesar de mais uma vez tudo ter corrido bem é bom notar que em momentos em que é preciso a colaboração de muitas pessoas é natural que as menos esclarecidas, se inibam e façam juz ao ditado antigo: “quem se oferece não presta”. Mandar recados do altar para baixo, alguns deles com um discurso paternalista, não funciona, não só porque os que vão à missa são apenas meia-duzia dos "meia-duzia de gatos pingados", mas porque as pessoas gostam de ser chamadas pelo nome.
Meus Senhores, organizem-se. Vejam o que aconteceu este ano com a procissão, organizada com tempo, só podia ter corrido bem, pois é evidente que as pessoas de Valezim gostam de colaborar. E se uma dia não fôr possivel organizar uma procissão com 8 andores, pois organize-se com apenas um, mas chegue-se à conclusão que terá de ser assim umas semanas antes, não na própria da hora.

Uns mais, outros menos, todos somos ovelhas, chamem-nos com jeitinho, indiquem-nos o caminho e nós até vamos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Deixo um pequeno extracto de um texto que li com o qual todos nos identificamos um pouquinho.

Está na hora de deixarmos alguns sapatos pelo caminho!!

" Os sete sapatos sujos. "

"Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos.
À porta da modernidade precisamos de nos descalçar.
Eu contei "Sete Sapatos Sujos" que necessitamos de deixar na soleira da porta dos tempos novos.
Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:

Primeiro Sapato: a ideia de que os culpados são sempre os outros.

Segundo Sapato: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.

Terceiro Sapato: o preconceito de que quem critica é um inimigo.

Quarto Sapato: a ideia de que mudar as palavras muda a realidade.

Quinto Sapato: a vergonha de ser pobre e o culto das aparências.

Sexto Sapato: a passividade perante a injustiça.

Sétimo Sapato: a ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros."

Mia Couto

Unknown disse...

Boas tardes.
Depois de ler o texto publicado pelo Tozé chego á conclusão que a Festa em honra da Nossa Senhora da Saúde já teve melhores dias.
Daquilo que vi nos poucos dias que lá estive, fiquei com a ideia que quer a procissão mal organizada quer as próprias banda, por exemplo a Banda Pacifico que ficou sem voz, podiam ter tido melhor impacto. Como o Tozé disse e com razão tiveram um ano inteiro para preparar a Festa, para publicitar a mesma. As caras do baile são de ano para ano as mesmas, não se vê ninguém de fora.
Penso que deviam eleger pessoas de fora ( que perteçam a Valezim mas que não vivam lá ) como mordomos, pois de certeza que terão ideias novas e que façam com que a Festa não acabe.
Fiquei triste!
Mas enfim, nós de fora vamos continuar a fazer com que Valezim seja conhecido pelo mundo fora e continuar a passar uma imagem positiva da linda Vila de Valezim.
Abraços

Anónimo disse...

Oitava Sapato: Na terra dos segos quem tem olho é REI.

Eremita de São Bento disse...

De facto Valezim, a aldeia, já teve melhores dias.
De há uns anos para cá as pessoas deixaram de ser unidas. Cada um olha só para o seu umbigo.
Também é verdade que somos ovelhas do mesmo rebanho e que só precisamos é de um chamamento.
Não podemos é de forma alguma transformar este mesmo chamamento em "andor". Nunca irei bater às portas, estacionar o andor e dizer: subam, venham, é para ajudar na festa!!
Meus senhores o tempo do Sr. Castelo Branco já lá vai e, bajular pessoas como se estivessemos nesse tempo não é para mim. Já bem basta o grupo de bar que aos Domingos se reune no CREV e dá conta que tudo está mal mas nada faz. Esses sim são os "verdadeiros" politicos de Valezim.
Deixo um apelo a estes: juntem-se com os que estão fora de Valezim e em vez de criticarem façam!

Um abraço, terráqueos de Valezim!