segunda-feira, junho 29, 2009

Valezim na Rota do Cinema Mudo - Actualização


"Os Lobos"
Assim se intitula o filme do italiano Rino Lupo, que estreou a 7 de Maio de 1923 no Jardim Passos Manuel (Porto) e que teve filmagens em Valezim.

O filme retrata a vida de uma aldeia minhota << ...dominada pela tradição patriacal:

a mulher ocupa-se das lidas do lar ou recolhe lenha;
o homem vela pelos rebanhos ou abate árvores de que fará carvão.
Após cumprir pena por crime passional, um marítimo chega àquelas paragens, convertendo-se em elemento de fascínio e desagragação da estructura arcaica. ... >>

Biografia de Cesare Rino Lupo
Nasceu em Roma, 15 de Fevereiro de 1884 tendo falecido, possivelmente, em 1934. Seduzido pelas belezas do país, trabalhou em Portugal na segunda década do século XX, na época do cinema mudo. Dessa época, são por exemplo, os seus filmes: Mulheres da Beira, Os Lobos e José do Telhado.

Durante "Os Lobos" surgem vários locais de Valezim como:
<<...vistas de Valezim, nomeadamente a partir do alto de Sazes, vendo-se um forno em zona altaneira por detrás da Igreja de Nossa Senhora do Rosário...>>
<<...Vê-se uma cascata na ribeira de Valezim,...>>
<<...Vemos muros de divisão de propriedades e caminhos, uma ponte antiga, talvez a ponte romana de acesso à Capela de São Domingos....>>


<<...Surge a torre sineira da Capela de São João e o sino anuncia o “toque das Trindades”...>>

<<...Tendo como fundo mais uma linda paisagem de Valezim, vista do alto de Sazes...>>
<<...Realiza-se o cerimonial de bênção para o pão. Águeda faz cruzes sobre a massa. ...>>

<<...Na peça de teatro, esta tradição é associada à seguinte reza: “Sam Mamede te levede, Sam Vicente te acrescente”. Carregam os tabuleiros à cabeça protegida por uma “rodilha”. Tudo isto num cenário representando um amplo pátio interior de uma habitação rural de Valezim...>>
<<...Avista-se a rua do Cabo, em Valezim...>>
<<...Capela de Nossa Senhora da Saúde sem a escadaria hoje existente, e com o largo ainda despido de arvoredo...>>


<<...Surge o fontanário da Abilheira, onde duas mulheres enchem os seus cântaros....>>
<<...O filme reporta-nos a mais umas paisagens rurais de Valezim, a saber: o típico “carro de bois”, as lareiras fumegantes, um grupo de moças transportando à cabeça as “taleigas” com farinha que foram carregar ao moinho, este também enquadrado na queda de água que faz movê-lo. ...>>
<<...pensamos que na zona do actual Cabeço do Crasto de Valezim (Demestre ou Darnelas) ...>>





Ver mais em:


O concelho de Seia na História do Cinema Mudo em Portugal (Parte I)
http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=279&id=12239&idSeccao=2574&Action=noticia

O concelho de Seia na História do Cinema Mudo em Portugal (Parte II)
http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=280&id=12309&idSeccao=2583&Action=noticia

O concelho de Seia na História do Cinema Mudo em Portugal (Parte III)
http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=281&id=12356&idSeccao=2594&Action=noticia>

Os Lobos ("vistos" por Guida Lami)
http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=279&id=12240&idSeccao=2574&Action=noticia

Seia, São Romão e Valezim na história do cinema mudo português
http://www.portadaestrela.com/index.asp?idEdicao=279&id=12241&idSeccao=2574&Action=noticia

Associação para a Promoção do Cinema Português
http://www.amordeperdicao.pt/basedados_filmes.asp?filmeid=211

sexta-feira, junho 19, 2009

Crime Ambiental ou Poda Vanguardista?



Ao longo dos ultimos anos as arvores existentes ao longo da estrada - cerejeiras e tilieiras, têm sido alvo de um 'tratamento' cujo objectivo ainda não se entendeu: Mata-las!? Ou Poda-las a fim de as regenerar/tratar!?

Sugiro aos Senhores da EP, que no proximo ano antes de cometerem tal crime, leiam o livro "Manual do Podador" - Carlo Fideghelli (Editorial Presença), talvez aprendam alguma coisa!













PRECISA-SE DE MATÉRIA PRIMA PARA CONTRUIR UM PAÍS, UMA VILA!

De entre o muito lixo que recebemos nas nossas caixas de email, por vezes recebemos alguns emails que nos deixam a pensar depois da leitura... Nada fácil nos dias de hoje, onde qualquer um é jornalista, blogger, ou tem a coragem de publicar as suas ideias. Fica um texto de Eduardo Prado Coelho pubicado no Jornal Público. Já lá vão 2 anos mas continua muito actual, em portugal e em Valezim, claro!

Eduardo Prado Coelho, faleceu a (25/08/2007),


"Precisa-se de matéria prima para construir um País
Eduardo Prado Coelho - in Público


A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve.
E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.
Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.
Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
-Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa ?
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !

É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...

Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.

Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

E você, o que pensa ?... MEDITE !

EDUARDO PRADO COELHO"

quarta-feira, junho 03, 2009

Sociedade de Consumo

António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt),
começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7
da manhã.

Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café
(importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech
Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).
Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in
Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss).

Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua
torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena
(Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver
quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu
computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas.

Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um
sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made in Sweden)
e continuou à procura de emprego.

Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através
do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in
Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.

Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in
Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a
TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia
encontrar um emprego em PORTUGAL...


O Ministério da Economia de Espanha estima que se cada espanhol consumir
150€ de produtos nacionais, por ano, a economia cresce acima de todas as estimativas
e, ainda por cima, cria não sei quantos postos de trabalho.

Será que as empresas e consumidores Portugueses têm conhecimento disto?